terça-feira, dezembro 02, 2008

Uma banda estranha da Islândia

Há uns anos atrás, lá pelos idos de 1999, nas minhas noites insones, parei pra ver um clip de uma banda chamada Sigur Rós. Lembro que quem apresentou a banda foi o Gastão Moreira no finado Lado B Mtv. Ele falava dessa tal banda que devia ser o hype da época depois do sucesso que Björk começava a fazer depois de sua saída do Sugarcubes. Já conhecia e gostava muito de algumas músicas dela como Alarm Call e Human Behaviour. Mas o que me chamava a atenção naquela banda nova era, além da melodia de construção paulatina, o idioma. Lembro que achava incrível como aquelas músicas eram bonitas. Eu realmente gostava daquilo que estava ouvindo.

Um tempinho depois, o Fábio Massari lançou o livro Rumo à Estação Islândia. Co
mprei assim que pude porque, afinal de contas, vivia da mesada que a minha mãe me dava que me servia basicamente pra comprar revistas, cds baratos e, de vez em quando um livro. Por causa desse, aliás, fui e voltei à pé pro cursinho por alguns dias. Valeu a pena, pois o livro é muito bom e, como diria o Jurandir Filho do Cinema com Rapadura: é altamente recomendado. Logo depois, ouvi as músicas na trilha sonora do Vanila Sky. Vi esse filme quatro vezes no cinema.

Um pouco mais tarde, resolvi baixar umas músicas deles, pois até então só conhecia o
que havia visto na Mtv pelas madrugadas. Continuei não me decepcionando. Foi incrível. Pouquíssimas vezes tive experiências musicais tão marcantes. A música chamava-se Svefn-g-englar. Lembro que fui tomado e não me contive de emoção e comecei a lagrimar, mas enxuguei rapidamente pra que ninguém visse. Fiquei pensando: cara! como essa música é linda. Não tava entendendo absolutamente nada do que ela dizia, mas achava aquilo tão bonito que queria mostrar pra todo mundo. O problema é que parece que só eu havia gostado daquilo tudo. A maioria das pessoas que eu apresentava a banda achava tudo aquilo absurdamente chato. Foi por essas e outras, aliás, que deixei de apresentar bandas pra outras pessoas: pra não pagar de ridículo.

Uns anos depois ganhei um cd da banda. Foi um dos melhores presentes que já ganhei. Fiquei muito feliz, porém triste porque foram as músicas desse disco que marcaram a minha despedida antes da temporada que passei fora de Belém. Passei meses com o cd jogado no meio dos outros pra que aquelas lembranças da despedida não me fizessem cho
rar de novo. Mas não teve jeito... Um dia, no trabalho, entrei no site da banda e achei uma gama quase infinita de material, até então, inédito pra mim: shows, material gravado ao vivo, entrevistas... Voltei a ouvir as músicas que me emocionavam. Li o livro do Massari pela segunda vez.

Logo depois descobri que uns amigos também gostavam de Sigur Rós assim como eu. Pela primeira vez, pude conversar sobre a banda com outras pessoas sem medo de ser ridicularizado. Enfim achei os meus iguais. E assim foi. Tanto que, com um desses amigos, virou piada interna cantar o trecho de uma das músicas mais famosas ao conquistar a Islândia no tabuleiro de WAR justamente porque um dos que compunham a mesa odiava a banda.

Esses dias, em meio à expectativa criada pela vinda do Radiohead ao Brasil, fui pego de surpresa quando disseram a banda que ia abrir o show dos caras. Leo Madeira dizia que a possível banda seria o Sigur Rós. Apesar de o Radiohead ser, definitivamente, uma das minhas bandas preferidas, fiquei empolgado pra ir quando soube que eles abririam o show.

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1 Comments:

Blogger Khristofferson Silveira said...

Itiiiiúúúúúúúúúú

2:45 PM  

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