quinta-feira, janeiro 26, 2006

Tamo aí na atividade...

Não poderia deixar de começar este post com o comentário-chavão de quem já está há um tempinho sem atualizar o blog: "já estou há algum tempo sem escrever nada e blá blá blá...". No more excuses e vamos logo ao que interessa.

Depois de três anos que estou morando aqui no mundo bizarro deu pra se ter a exata noção do quanto o Brasil é incrivelmente grande. É grande pra caralho!!! Parte da minha família e meus melhores amigos mora no Amapá e outra parte no Pará e todo ano tenho que visitá-las. Mas, pra fazer isso tenho que viajar uns 3 mil kilômetros e cruzar metade do país. O bacana disso tudo é que vale muito a pena e, por incrível que pareça, prefiro passar dois dias sentado na poltrona de um ônibus do que algumas horas em uma poltrona de avião. (É engraçado, mas toda vez que entro em um avião, tenho a nítida sensação de que ele vai cair e todo mundo vai virar salada de vísceras em algum brejo inalcançável)

Pra se cruzar o Brasil de buzão é preciso ter a mente muito aberta e estar preparado pra tudo. Nunca tive maiores percalços nas minhas viagens - tirando a vez que tivemos que ficar a manhã inteira plantados em um restaurante de beira de estrada no meio do nada por causa de um problema no motor. Sempre tem uma figura estranha que pode vir sentado do seu lado pra trocar uma idéia. Dessa vez não foi diferente: fui com um juiz de futebol e voltei com um mochileiro, escritor, ator e amante de quadrinhos. É interessante ver que em apenas dois dias você acaba sabendo de toda a vida da pessoa que está te acompanhando. O juiz de futebol é da marinha e faz faculdade de educação física e já apitou jogos importantes do campeonato paraense e sua mulher é dona de uma imobiliária; já o francês* (ele é filho de pai francês e, portanto, tem dupla nacionalidade) nasceu em Porto Alegre e estava vindo da Guiana Francesa e mora no Rio de Janeiro, onde vende livros que ele mesmo escreve e morou algum tempo em uma praia, morou em Paris e gosta muito de surfar. Desta vez, especificamente, não consegui ler quase nada durante a viagem. Achei que daria pra terminar um livro que estava lendo e começar a ler outro logo em seguida, mas acabei não fazendo nem uma coisa nem outra por causa dos meus ilustres companheiros de poltrona.

Sempre acabo fazendo uma comparação meio esdrúxula, mas que faz muito sentido, sempre que volto pra casa depois de uma viagem longa: pra conhecer o mundo é preciso conhecer o seu próprio país assim como pra se conhecer o universo é preciso conhecer o próprio planeta. Mas isso é assunto pra um outro post...

A gente sempre sai de casa pra poder voltar. É bom estar de volta.

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