quarta-feira, maio 24, 2006

No fim das contas...

Final de faculdade, definitivamente, é tudo igual. Você, levianamente acha
que vai ser diferente no seu caso, mas sempre acaba caindo no lugar comum:
"putz! num agüento mais essa merda! já tô de saco cheio, doido pra tirar
umas férias...". Tô quase terminando o meu TCC - mais conhecido como TCSACO
- e já não vejo a hora de terminar a faculdade e me livrar daquele morro
desgraciato.

Você deve estar se perguntando: "morro!? uóta foks dét?". Explicarei. É que
a faculdade que eu estudo fica no prédio de um antiqüíssimo colégio aqui da
cidade que fica localizado no alto de um morro. Como sou um proletário
deveras endividado não tenho grana pra comprar um carango ou uma motoca pra
me locomover, tenho que subir a ladeira quase todo dia. E pra minha romaria
não passar em branco, sempre jogo uma maldição toda vez que subo aquele
morro maldito.

Outro lugar comum de fim de faculdade é justamente o tcc. Como todo mundo
fala e todo mundo diz que sempre é uma merda pra aprontar o trabalho no
prazo, você sempre diz que vai fazer tudo dentro de um esquema
mirabolantemente arquitetado pra ficar tudo dentro das datas de revisão com
uma certa folga. Mas quando o tempo vai passando, a bola rola e a orientação
começa a pegar no seu pé cobrando coisas que você, até então, nem imaginava
que tinha que entrar no trabalho e que tudo seja formatado nas malditas
regras da ABNT, que mais parecem o resultado da tele-sena: muda de hora em
hora, você começa a ver que o seu plano-esquema mirabolantemente arquitetado
pra ficar tudo dentro do prazo já foi pro saco há muito tempo. É exatamente
nesse momento que a triste realidade te dá uma cutucada no ombro e fala:
"ei, meu amigo, você tá fudido". Até tentei montar um esquema pra cumprir os
prazos, mas com aquela sensação de que era pura perda de tempo. E foi mesmo.
A gente já estourou os prazos de entrega há muito tempo, ficou tudo pra
última hora e por causa disso perdemos boas noites de sono, fins de semana,
filmes, especiais na tv, horas e horas de absoluta falta do que fazer, papo
furado na casa dos amigos, horas de jogo no computador... e tantas outras
coisas que nem lembro mais.

O bom dessa história é que o trabalho tá bacana o suficiente pra banca nos
ver com bons olhos e dar uma nota boa. Já ouvi gente dizendo que se não
tirar 10,0 vai ter barraco. Tô pagando pra ver o circo pegar fogo. Ainda
mais que a apresentação do TCC vai ser num teatro... já imaginou!? Assistir
da platéia um barraco teatral entre os injustiçados alunos do último
período se estapeando com os professores da banca. Ia ser lindo!!! (foi só
um devaneio)

Espero tirar um 10,0 bem sonoro e com louvores porque essa merda tá dando
muito trabalho pra ficar pronta. Ai ai ai!!! Dia 27 de junho é o "Dia D".
Tamo aí na atividade.

sexta-feira, maio 19, 2006

Mutantes mutantes

Há algumas semanas atrás, li num jornal aqui do Rio sobre a volta dos
Mutantes com a Zélia Duncan comandando a trupe. Ainda não ouvi nada com o
vocal dela, mas acredito que ela deve quase ter tido um ataque quando os
caras fizeram o convite - tipo aquele grito: "PU-TA-QUE-PA-RIU QUE FODA!!!".
Na matéria dizia também que os caras pensaram na Fernanda Takai (Pato Fu)
pro vocal, mas não chamaram por causa de possíveis comparações com a Rita
Lee.

Fiquei imaginando o Arnaldo Baptista ligando pra Zélia Duncan, dizendo:

- Oi Zélia, conversei com o pessoal aqui e a gente tá pensando em chamar
você quer tocar com a gente. Você tá livre?

zélia:
- Peraí, Arnaldo, que eu vou dar uma olhada na minha agenda aqui e já volto.
Güenta na linha aê!

zélia entra no banheiro, tranca a porta e solta:
- PU-TA-QUE-PA-RIU QUE FODA!!! VÔ TOCAR COM OS MUTANTES!!!

zélia volta e pega o telefone, fazendo um esforço hercúleo pra não rir e
chorar ao mesmo tempo:
- Oi Arnaldo! Acho que vai dar pra tocar com vocês sim, porque vou ter uma
folga por esses tempos e vai dar pra encaixar direitinho. A gente pode tomar
um café junto pra ver como vai ser o projeto.

arnaldo:
- Beleza Zélia! vou ver aqui com resto do pessoal pra gente falar com os
caras do estúdio, tá?

zélia tentando disfarçar a euforia:
- Tá bom Arnaldo, tô te esperando. beijão!

Zélia, tremendo feito vara verde, desliga o telefone e chora.

Daria um braço pra ver o show dos Mutantes.

quarta-feira, maio 17, 2006

Agridoce

Esta é, definitivamente, uma palavra muito paradoxal. Adoro essas coisas
paradoxais! =)

O dicionário define a palavra como "algo que tem simultaneamente sabor ácido
e doce", também cita o sentido figurado como "algo que causa tristeza e
alegria ao mesmo tempo". Pra mim, 'agridoce' é uma palavra que comporta um
hibridismo veramente desconcertante: como algo definir algo que é doce e
ácido simultaneamente? É onde os opostos se encontram quando se atraem. É a
interseção dos pólos positivo e negativo.

Esses dias, parei pra escutar umas músicas do Elliott Smith em um momento de
rara calma no meu deveras estressante trampo e pensei no quanto agridoce as
músicas dele me parecem. As canções dele são muito carregadas de sentimento,
de uma angústia, um sei-la-o-quê de tristeza impressionante. Mas o legal é
que eu não consigo ficar triste quando as escuto. Não que eu fique
propriamente alegre, elas só não me deixam triste como a maioria das
pessoas. Aapesar disso, ainda acho que os discos dele deveriam vir com uma
tarja preta na capa e uma bula: "contra-indicado em caso de depressão
profunda, términos de namoro, desilusões, demissões...". As músicas do
Elliott Smith têm um gosto agridoce por excelência. O engraçado é que,
apesar de me tranqüilizar com o som do cara, fico meio deprimido quando
penso que ele se matou cometendo um harakiri. (Esse povo é muito doido!)

"Agridoce" é mais uma daquelas palavras que não são apenas palavras.

terça-feira, maio 09, 2006

Achados e perdidos

É engraçado certas certas coisas que acontecem na nossa vida nos forçam a
fazer outras. Basicamente, o meu dia deveras estressante de trabalho era
fazer o que eu tenho que fazer - não tenho como escapar porque, afinal de
contas, eu sou perseguido por prazos apertadíssimos - e, nos intervalos,
ficava morcegando pelas comunidades no orkut e visitando alguns blogs,
sites... mas era sempre a mesma coisa.

Logo que fiquei sabendo que bloquearam 90% os sites que eu visitava e
proibiram o download de mp3 (e filmes - é, eu baixava filmes no meu
trabalho), pensei: "pu-ta-que-pa-riu! o que eu vou fazer quando não tiver
nada pra fazer!? como é que eu vou baixar os meus mp3!? e os meus filmes!?".
Até que em uma tarde de ociosa resolvi exercitar o ócio criativo e dar uma
volta pela web pra procurar coisas novas e descobri cada pérola que
revigorou o meu tesão pela grande rede.

Hoje, andando de link em link, achei um site (http://peekvid.com) onde você
pode assistir, on line, a vários episódios de séries legais tipo Lost, 24
Horas, alguns desenhos clássicos como Smurfs e Thundercats e outros mais do
que clássicos como MacGyver. Quando vi aquilo quase chorei de emoção!
(hehehehe). Tem outros vários sites similares como o YouTube
(www.youtube.com) onde você pode ver vários vídeos on line, as só por ter os
episódios do MacGyver e Thundercats... já é suficiente pra dar uma conferida
no conteúdo. Outro site que me emocionei quando entrei foi o Pandora
(http://www.pandora.com) que é uma web radio onde você que se orgulha em
conhecer bandas que ninguém conhece vai ficar igual pinto no lixo. Na
verdade, o Pandora foi indicação de uma amiga - valew Camila! -, mas como a
minha conexão vivia caindo, nem dava pra ficar muito tempo on line porque se
tem uma coisa que eu odeio nessa vida é música quebrada (- e-e-e-e-e-eu
t-t-t-t-te a-a-a-am-o-o-o-o!!!). Agora que eu parei de roubar a banda larga
do meu trampo, a net parou de cair e dá escutar a rádio tranquiliamente sem
cortes - agora, por exemplo, eu tô escutando Hootie & The Blowfish, uma
banda que eu não ouvia há séculos. Uhúúú!!!

Quando achar mais alguma pérola internética, coloco o link aqui pra, quem
tiver tempo, curiosidade e saco, dar uma olhada. É por isso que eu amo a
internet.

segunda-feira, maio 08, 2006

Web Site Blocked

Agora que bloquearam de vez o orkut, messenger, kibeloco... no meu deveras
estressante trampo, o meu passatempo preferido agora é ficar lendo o blog
alheio assim como fazia no meu antigo (e mais estressante) trampo na
petrobrás. Inevitavelmente, regredi aos meus primórdios tempos quando achava
essa idéia de blogs tão incrível quanto revolucionária.

Em meados de 2001 comecei a escrever o meu primeiro blog que se chamava
"Ironia", depois passei a ecrever um em parceria com um grande amigo meu, o
"Confraria de Dois", porém acho que só agora com este que vos escrevo é que
finalmente acertei a mão. Os outros que tive men sabia que cara dar ou
(muito menos) o que escrever. Acabava dando um caráter meio jornalístico pra
tudo que escrevia, e os textos não ficavam lá essas coisas. Lembro que,
nessa época, vi uma entrevista com a Cora Rónai (minha grande inspiradora
na carreira de blogueiro fracassado) no programa que o Marcelo Taz tinha na
TV Cultura em que ela falava "dessa nova febre que eram os blogs". Ela e o
Taz foram categóricos: "agora você pode ter a sua própria coluna e escrever
sobre o que quiser".

Sempre gostei de escrever e redação era uma das matérias que eu mais me dava
bem no colégio. E de tanto ler as crônicas do Veríssimo e as colunas do
Agamenon e da Cora, do Jabor (ambos d'O Globo) desenvolvi uma vontade
incrível de ser colunista de jornal. Nessa época, eu estava às vésperas de
prestar vestibular pra jornalismo, mas acabei caindo meio que de pára-quedas
no glamouroso mundo da publicidade e fui ficando, ficando... e fiquei -
apesar de nunca ter abandonado a minha veia jornalística de fato.

O mais engraçado é que alguns anos depois arranjei um trampo num jornal.
Então pensei: "nossa! é a minha chance, uhúú!". Mas vi que o buraco era bem
mais embaixo e só aí fui perceber que colunista de jornal é um lance meio
perigoso e não valia a pena correr esse risco. Até porque a editora-chefe
aqui do jornal é conhecida como "Her Füher" (eu que dei esse apelido =P) e
problemas com o füher sempre acabam em morte.

Por causa dessas e outras foi que achei por bem deixar de lado essa idéia de
ser colunista de jornal e continuar na minha boa vida de blogueiro
fracassado escrevendo sobre o que me dá na telha para que você, ilustre
leitor, venha aqui dar uma lida nos meus "retratismos do cotidiano".

É isso aí.

* este texto foi escrito há alguns dias atrás, antes de me cortarem todo e
qualquer tipo de interação em ambiente virtual. Ou seja, não posso mais
postar no meu blog, comentar nos blogs amigos, nem mesmo se quer, ver os
comentários do meu próprio blog. Bastards!!! Minha vingança será malígna!!!